Pangéia
(foto de , in www.imafotogaleria.com.br)
, quero um cachorro que me atenda a companhia, que rejeite meu silêncio de pedra e que me encoste um nariz frio, sem pedir exigências
, quero um peão que roa as horas emprestadas de meu dia, estas que ganhei em uma aposta com a vida e que não aceitam devolução
, quero duas mãos separadas do mundo e de outro corpo, mãos macias de algodão-doce que me façam carinho no escuro e no claro
, quero dois pedaços de pano para fazer um bolso para minhas tristezas
, quero uma casa com paredes de frases de poesia, com músicas de ficar alegre, com redes de se deitar em paz
, quero uma borracha branca para apagar seu sorriso novo e seu sorriso antigo, seus cabelos ondulados de uma curva que você roubou do mar
, quero uma borracha branca para apagar sua carícia minha em mim, seus olhos de labirinto e seu corpo despudorado e ausente de pena
, quero retalhar as torneiras frias que me abrem na cara e os tapas violentos que me sobem, trepadeiros, a alma
, quero um outro peão que me gire o mundo ao contrário
, quero um frasco para me pôr líquido e escolher como fico
, quero afugentar meus dedos, meus pés, minhas unhas
, quero óculos de não ver além e nem de perto
, quero latir, rosnar, chafurdar sem suspense e garbosidade.
Vou ser sujo e vou rodar pelo mundo até esquecer o mundo feito de você.
, quero um cachorro que me atenda a companhia, que rejeite meu silêncio de pedra e que me encoste um nariz frio, sem pedir exigências
, quero um peão que roa as horas emprestadas de meu dia, estas que ganhei em uma aposta com a vida e que não aceitam devolução
, quero duas mãos separadas do mundo e de outro corpo, mãos macias de algodão-doce que me façam carinho no escuro e no claro
, quero dois pedaços de pano para fazer um bolso para minhas tristezas
, quero uma casa com paredes de frases de poesia, com músicas de ficar alegre, com redes de se deitar em paz
, quero uma borracha branca para apagar seu sorriso novo e seu sorriso antigo, seus cabelos ondulados de uma curva que você roubou do mar
, quero uma borracha branca para apagar sua carícia minha em mim, seus olhos de labirinto e seu corpo despudorado e ausente de pena
, quero retalhar as torneiras frias que me abrem na cara e os tapas violentos que me sobem, trepadeiros, a alma
, quero um outro peão que me gire o mundo ao contrário
, quero um frasco para me pôr líquido e escolher como fico
, quero afugentar meus dedos, meus pés, minhas unhas
, quero óculos de não ver além e nem de perto
, quero latir, rosnar, chafurdar sem suspense e garbosidade.
Vou ser sujo e vou rodar pelo mundo até esquecer o mundo feito de você.