18.1.06

Plural

(foto de Pierre Verger, in www.pierreverger.org.br)


Quantas eu fui desde que o conheci.
E tantas você me fez
desde que me alardeou e me apontou
uma nova e minha sombra,
com seus sussurros gentis
de sorriso calado.

Quantos desenhos você me pintou
com seus dedos de guaxe
em paredes invisíveis
na casa que habitou comigo.

Tantas vezes diferente eu fui e
tantas vezes igual eu quis que fosse você
você eu quis que fosse
minha roupa,
meu colar,
a manhã,
a torneira fria,
o lençol desembrulhado na cama
faltante de seu corpo.

Quantas viagens fizemos
e tanto tempo nos roubou o tempo
de distâncias de telefone e choro guardado,
escondido,
escrito por detrás da palavra,
Estou saudades.

Tantas você me fez
que me sinto hoje
viajando em você,
percorrendo seu corpo debruçado sobre o meu,
eu confusa,
eu múltipla,
sinfônica eu.

Tantas eu fui
e quantas inumeramente ainda serei,
uma só,
só uma e só sua,
de você,
você que tantas me faz.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

tantas vezes...

11:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Well done!
[url=http://sjgcnfth.com/yflt/ebqi.html]My homepage[/url] | [url=http://enuogrxp.com/clod/rixf.html]Cool site[/url]

5:20 PM  
Anonymous Anônimo said...

Good design!
My homepage | Please visit

5:20 PM  

Postar um comentário

<< Home